quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Festa

(Graciliano Ramos e Osvaldo)

Fabiano, sinhá Vitória e os meninos iam à festa de Natal na cidade. Eram três horas, fazia grande calor, redemoinhos espalhavam por cima das árvores amarelas nuvens de poeira e folhas secas.
No meio do caminho, eles se perderam e ficaram sem saber para onde ir. Alguns minutos se passaram e apareceu um carro indo também para a cidade e dentro do carro estava um fazendeiro chamado Adriano. Como Adriano estava só dentro do carro, o mesmo quis da carona para aquela família que estava andando a pé. Fabiano agradeceu pela carona, entraram no carro e foram para a cidade. Chegando na cidade os dois meninos acharam muito estranho aquela grande quantidade de pessoas e ficaram meu assustados com algumas delas.
Os dois meninos espiavam os lampiões e adivinhavam casos extraordinários. Não sentiam curiosidade, sentiam medo, e por isso pisavam devagar, receando chamar a atenção das pessoas. Supunham que existiam mundos diferentes da fazenda, mundos maravilhosos na serra azulada. Aquilo, porém, era esquisito. Como podia haver tantas casas e tanta gente? Com certeza, os homens iriam brigar. Seria que o povo ali era brabo e não consentia que eles andassem entre as barracas? Estavam acostumados a agüentar cascudos e puxões de orelhas.
E aos poucos os meninos foram acostumando com a cidade. Adriano, vendo que os meninos não estavam confortáveis com a cidade, se aproximou mais querendo mostrar um pouco como era a zona urbana. E com essa aproximação, Adriano, recebeu uma certa admiração dos meninos.
De repente, Baleia apareceu. Trepou-se na calçada, mergulhou entre as saias das mulheres, passou por cima de Fabiano e chegou-se aos amigos, manifestando com a língua e com o rabo um vivo contentamento. O menino mais velho agarrou-a. Estava segura. Tentaram explicar-lhe que tinham susto enorme por causa dela, mas Baleia não ligou importância à explicação.
Os meninos estavam felizes com a chegada repentina da Baleia e depois dessa surpresa, aproveitaram mais da festa de Natal e voltaram para a fazenda felizes e pegaram uma carona de volta com o Adriano