Tinham os mesmos nomes. Cresceram juntos á sombra do amor materno, Ele era órfão, e a mãe dela, que o amava como se ele fora seu filho, tomou-o para si, e reuniu os dois debaixo do mesmo olhar e dentro do mesmo coração. Eram quase irmãos, e sê-lo-iam sempre completamente, se a diferença dos sexos não viesse, um dia, dizer-lhes que um laço mais íntimo podia uni-los.
Um dia, como qualquer outro, em que logo pela manhã tomaram café e cada um ia fazer o que era necessário; mas ao contrário dos outros dias, Paulo parou a observar que Paula trocava de roupa com a porta entreaberta, observou a cena durante alguns segundos, quando foi chamado por sua mãe.
Após trocar de roupa, Paula estava pronta para ir á escola, ela estava no 2º ano do ensino médio, com 15 anos, e Paulo também estava pronto para ir á faculdade, estava no 2º ano de direito, com 20 anos, entraram no carro e o motorista levou-os.
Na faculdade, Paulo não prestou atenção na aula, não estava interessado, pensava somente em Paula despindo-se, porém sentiu remorso, como poderia desejar Paula? Apesar de não ser sua irmã de sangue, os dois sempre foram criados como tais. Sendo assim, procurou afastar tais pensamentos e agir naturalmente.
No fim das aulas, foi para casa almoçar, viu Paula e os pensamentos vieram, mas logo os afastou e foi visto por ela, que estava no jardim:
_ Paulo, o que você tem para fazer hoje? Nós podíamos passar a tarde na piscina e conversar um pouco, não conversamos à séculos!
_ Claro, seria uma ótima idéia!
Depois do almoço Paulo se trocou e foi esperar por Paula na piscina; a cena dela chegando deixou-o sem fôlego; o micro biquíni que usava deixava à mostra todo seu corpo que parecia ter mais forma naquele momento.
Conversaram por longas horas, relembraram velhos tempos, deram boas risadas; até que a campainha tocou, era Laura, namorada de Paulo. Paula nunca engolira essa relação, achava Laura fresca demais, mar por um instante sentiu que aquilo era um ciúme diferente; afastou o pensamento e saiu com raiva suficiente para não cumprimentá-la.
O namoro foi adiante e transformou-se rápido demais em um noivado, segundo a percepção de Paula. Paulo parecia, cada dia mais, fugir dela; o que fez com que ela tivesse certeza do que fazer.
Em uma tarde de domingo, enquanto Laura esperava por Paulo na biblioteca, Paula chegou e disse:
_ O que está fazendo aqui? Não percebe que ele não te ama? Ele só está fazendo isso porque quer tentar fugir do sentimento que sente por mim, ele me deseja! Você só está servindo de fantoche para ser usada!
_ Mentira! Tudo o que você disse é mentira!
_ Alguma vez ele disse que te amava? Acho que não!
Laura saiu aos prantos e Paulo que escutava toda a conversa ficou atordoado, se trancou no quarto, pensou, pensou, pensou... Como poderia ter tal sentimento por sua irmã, que era quatro anos mais nova que ele? Porém, o que ele não podia negar era que tudo o que Paula dissera era verdade.
Adormeceu e acordou com Laura em seu quarto, ela olhou fixamente em seus olhos e perguntou:
_ Você me ama?
Paulo ficou sem saber o que dizer, não queria magoá-la, ela percebeu o que aquela reação significava, deu-lhe um beijo e saiu. Ele ficou muito aliviado por não ter sido necessário muitas palavras ditas.
No mesmo instante, Paula estava pensando no que havia feito, nas consequências e no que Paulo havia feito à respeito de Laura, se tudo o que tinha dito, seria confirmado por Paulo.
Quando ouviu um ruído, era ele, sentiu um frio na barriga, algo como medo; ele se aproximou, ela virou-se, olharam-se fixamente, receosos do que deveriam fazer. A pausa foi cortada, quando em um movimento rápido, Paulo puxou Paula e beijou-a; os dois beijaram-se intensamente, um beijo que só se tem com uma pessoa e que marca para sempre suas vidas; o beijo do verdadeiro amor.
Daniele Pinheiro
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
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