Instituto Madre Marta Cerutti
Barra do Garças, 26/09/09
Aluno: Daniel Pethersen de Souza Nascimento
Professor: Manoel João Milhomem Maciel
Turma: 9° ano “A”
Quase Irmãos
Tinham os mesmos nomes. Cresceram juntos à sombra do amor materno. Ele era órfão e a mãe dele que o amava como se ele fora seu filho, tomou-o para si, e reuniu os dois debaixo do mesmo olhar e dentro do mesmo coração. Eram quase irmãos, sê-lo-iam sempre completamente se a diferença dos sexos não viesse um dia dizer-lhes que um laço mais íntimo podia uni-los.
Um dia, a mãe, respeitosa e conservadora Madame Madeleine observaram os laços de fraternidade de seus filhos, sendo queimados.
Em cada olhar em que a mãe se deparava compartilharem os filhos percebia chamas a inocência e sabia ao certo o nome daquela fervorosa e devastadora chama: “o amor”. E mesmo distantes fisicamente a mãe percebia que o incêndio se alastrara na mente de ambos e percebia resquícios de uma inocente e verdadeira paixão.
Madeleine preocupava-se muito com a felicidade e o bem estar dos dois frutos preciosos, sua criação. Lia a Bíblia e comparecia em todas as missas, pois apesar do seu intenso amor pelos filhos, considerava o rapaz tão membro de sua prole como se a casa onde vivia todos houvessem o mesmo sangue correndo em suas veias, desse modo eram irmãos, sua filha e o rapaz. Infelizmente achava repulsiva a idéia de seus dois filhos se amarem, só que aquele amor outrora inocente atingia outro patamar.
Apesar de religiosa Madame Madeleine era extremamente romântica, entregava-se ao lirismo dos inúmeros romances que lia. Já viúva, perdera o amor, mas não o direito de amar. Não procurava outro homem, mas adorava como as delicadas páginas de contos, a cortejavam com suas tramas, delicadezas e surpresas. E os filhos, quem, eram? A mão tão providente tentara iguala-los desde seus batismos. Eram eles Paulo e Paula.
Paulo era um rapaz introspectivo, sábio e um pleno cavalheiro na sociedade. Herdara de sua mãe de criação o interesse pela leitura e gastava horas com poesias e prosas oferecidas pela vasta biblioteca da mãe. Era uma família rica, tinha o que as mais altas refinarias e tudo que o dinheiro, na época, podia comprar. Então a biblioteca da mãe ficava em meio aos largos cômodos da mansão onde habitavam.
Paulo era assim. Intelectual e respeitoso, porém um homem delicado apesar de másculo e sociável apesar das poucas palavras que despendia.
Paula era mais liberal. Uma dama da alta sociedade que conhecia os costumes e a etiqueta da época. Porém era muito sociável. Adorava passar o tempo com as amigas e jamais recusava uma boa conversa. Era linda, já que mesmo jovem, tinha muitos pretendentes. Exaltava sua beleza ainda mais com sua vaidade, porém era humilde e se importava com todos.
A mãe, dama de intensa cultura ensinava os filhos, mas receosa buscou e contratou os mais qualificados professores da época de todas as matérias. E para separar os filhos a fim de evitar seus românticos olhares colocou-os um numa escola masculina e a outra numa escola feminina. As melhores da época. Assim esperava o melhor. Mas o tempo deixou a saudade de Paula e Paulo abastecer as esperanças de um romance, uma vida conjugal.
Já adultos, o cavalheiro pediu a mão da dama em casamento e isso foi um choque para a mãe, que convernceu-os a adiar o casamento.
Nesse intervalo atiçou o prazer dos pretendentes da moça e providenciou que o rapaz fizesse mais amizades, condissesse o sexo frágil.
A mãe sem obter êxito, buscou refúgio na religião, até que em dia comum um padre lhe disse que como não eram filhos do mesmo ventre a igreja aceitaria o casamento.
A mãe dedicou-se intensamente à leitura de romance, seu último refúgio o qual a fez perceber quão tola tinha sido impedindo a legal felicidade dos filhos.
Paulo e Paula então casaram e prosperaram, tornando-se uma família feliz.
sábado, 26 de setembro de 2009
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